quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Um pouco da história das diferentes abordagens na educação dos surdos

Resumo: A educação dos surdos é um problema inquietante por suas dificuldades e 
limitações. Ao longo da história, esse assunto tem sido polêmico, gerando desdobramentos 
em várias vertentes com diferentes conseqüências. O objetivo deste artigo é dar a conhecer 
um pouco de sua história, focalizando principalmente o oralismo, a comunicação total e o 
bilingüismo como propostas educacionais e suas implicações. 

Palavras-chave: educação de surdos, crianças deficientes auditivas: educação, educação especial 

 A educação de surdos é um assunto inquietante, principalmente pelas dificuldades que 
impõe e por suas limitações. As propostas educacionais direcionadas para o sujeito surdo 
têm como objetivo proporcionar o desenvolvimento pleno de suas capacidades; contudo, 
não é isso que se observa na prática. Diferentes práticas pedagógicas envolvendo os 
sujeitos surdos apresentam uma série de limitações, e esses sujeitos, ao final da 
escolarização básica, não são capazes de ler e escrever satisfatoriamente ou ter um domínio 
adequado dos conteúdos acadêmicos. Esses problemas têm sido abordados por uma série 
de autores que, preocupados com a realidade escolar do surdo no Brasil, procuram 
identificar tais problemas (Fernandes 1989, Trenche 1995 e Mélo 1995) e apontar 
caminhos possíveis para a prática pedagógica (Góes 1996 e Lacerda 1996). Nesse sentido, 
parece oportuno refletir sobre alguns aspectos da educação de surdos ao longo da história, 
procurando compreender seus desdobramentos e influências sobre a educação na 
atualidade. 
Durante a Antiguidade e por quase toda a Idade Média pensava-se que os surdos não 
fossem educáveis, ou que fossem imbecis. Os poucos textos encontrados referem-se 
prioritariamente a relatos de curas milagrosas ou inexplicáveis (Moores 1978). 
É no início do século XVI que se começa a admitir que os surdos podem aprender através 
de procedimentos pedagógicos sem que haja interferências sobrenaturais. Surgem relatos 
de diversos pedagogos que se dispuseram a trabalhar com surdos, apresentando diferentes 
resultados obtidos com essa prática pedagógica. O propósito da educação dos surdos, 
então, era que estes pudessem desenvolver seu pensamento, adquirir conhecimentos e se 
comunicar com o mundo ouvinte. Para tal, procurava-se ensiná-los a falar e a compreender 
a língua falada, mas a fala era considerada uma estratégia, em meio a outras, de se alcançar 
tais objetivos. 
Entretanto, era freqüente na época manter em segredo o modo como se conduzia a 
educação dos surdos. Cada pedagogo trabalhava autonomamente e não era comum a troca 
de experiências. Heinicke, importante pedagogo alemão, professor de surdos, escreveu que 

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http://www.letras.ufmg.br/dialogosdeinclusao/data1/arquivos/LACERDA_Historia_Abordagens_Educacionais.pdf

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